No passado dia 7 de Maio foi apresentado ao público o livro "A Reforma Agrária em S. Manços - A UCP Unidade dos Trabalhadores Agrícolas de S. Manços".
A sessão teve lugar pelas 17,30, na Casa do Povo de S. Manços e contou com a presença de diversos antigos cooperadores e moradores, dos presidentes das juntas de freguesia de S. Manços e da Torre de Coelheiros, bem como do autor da monografia e dos autores dos mapas e da capa. Depois de dois breves discursos de António Mendes, que prefacia o livro, na qualidade de membro da comissão liquidatária da cooperativa, e do autor, assistiu-se à notável atuação do Grupo Coral da Torre de Coelheiros. O livro foi distribuído gratuitamente aos antigos cooperadores e individualidades presentes, com sessão de autógrafos. Uma mesa de salgadinhos animou a festa até o cair da noite. Manuel Baião, autor dos mapas publicados no livro, fez as fotos que ilustram este artigo.
Reproduzimos o discurso proferido pelo autor:
Grupo Coral da Torre de Coelheiros |
Assistindo ao espetáculo |
presidentes das juntas de freguesia, António Mendes, António Fialho, Francisco Baião (de costas) e o autor |
Confraternização |
José da Eira, o grande fundador e liquidatário da cooperativa (em 2º plano António Mendes e o pai, grande trabalhador do regadio na cooperativa) |
à esquerda, em 2º plano, João Polido Valadas, grande dirigente e fundador da cooperativa, iniciador do regadio (de costas, Francisco Rosa, agricultor, membro da Coparico) |
confraternizando |
A sessão teve lugar pelas 17,30, na Casa do Povo de S. Manços e contou com a presença de diversos antigos cooperadores e moradores, dos presidentes das juntas de freguesia de S. Manços e da Torre de Coelheiros, bem como do autor da monografia e dos autores dos mapas e da capa. Depois de dois breves discursos de António Mendes, que prefacia o livro, na qualidade de membro da comissão liquidatária da cooperativa, e do autor, assistiu-se à notável atuação do Grupo Coral da Torre de Coelheiros. O livro foi distribuído gratuitamente aos antigos cooperadores e individualidades presentes, com sessão de autógrafos. Uma mesa de salgadinhos animou a festa até o cair da noite. Manuel Baião, autor dos mapas publicados no livro, fez as fotos que ilustram este artigo.
Reproduzimos o discurso proferido pelo autor:
Exmo Sr. Presidente da Junta de Freguesia de S. Manços
Exmo Sr. Presidente da Junta de Freguesia da Torre de Coelheiros
Exmos Srs membros da comissão liquidatária da cooperativa unidade dos trabalhadores de S. Manços
Exmos Srs membros do grupo coral da Torre de Coelheiros
Exmas senhoras
Exmos senhores
Tudo nos parece tão perto, que não vale a pena contar. Mas fazendo um esforço de entendimento sobre o que nos acerca, percebemos que nos falta algo que nos permita dar uma explicação global. O porquê de estarmos aqui, deste modo, neste momento, convosco e não com outros.
A história pretende solucionar este problema. Usa duas armas: o distanciamento e o esquecimento. O olhar distanciado facilita a interpretação. Os factos desconhecidos impõem esse olhar, agora mais acutilante e perscrutador. Precisa ainda de um método ou, dizendo de outro modo, de uma técnica que conduza o olhar sobre o terreno das incertezas.
O problema torna-se, com ela, um discurso de ação. Contar o passado, sob o signo da interrogação, abre-nos o espírito ao mundo que nos fez e faz retornar. A história é por isso um refazer e também um refazer simbólico, no que nos reúne ainda entre o esquecido e o desejado.
Este livro pretende iniciar a história da Reforma Agrária em São Manços, uma terra tão pequena, tão anexada a Évora, que parece distanciada do mundo que nos cerca, do discurso que domina a comunicação social e a política.
Por isso este livro pretende abrir um novo caminho, um rasgo, por onde aqueles que agora descansam das antigas labutas possam fazer chegar aos mais novos a novidade que antes cultivavam sob os auspícios da aventura.
São Manços reuniu todos os traços eloquentes da modernidade, toda a força efervescente de alguns, hoje raros, homens que tomaram nas mãos a sua própria história, lançando traves e pontes, quebrando teias e barreiras, edificando de raiz a sua própria casa.
Não pode dizer-se que hajam perdido o esforço ou que hajam lutado em vão. Não pode dizer-se que, lutando uns contra os outros, hajam pecado. Cada qual com seu desígnio, eis o destino dos homens. Aqui, por uma vez, os homens lutaram e venceram porque lutaram. Não foi a única terra em que tal sucedeu. Mas tomara que todas pudessem contá-lo de modo tão franco e aberto como São Manços agora o conta.
É perante tal grandiosidade que se impõe neste livro a maior reserva sobre a privacidade de cada um. Mas, por igual motivo, pretende-se que cada um de vós compreenda que faz parte da história e que para ela pode contribuir.
Algum papel velho que ainda reste depressa cairá na fogueira do tempo, se não for depositado num arquivo ou dado a conhecer ao mundo. As memórias que melhor do que ninguém ainda conservam devem ser contadas, preenchidas com as recordações de todos, para que a história possa ser completada e continuamente melhorada.
Que ninguém se deixe esmorecer perante o discurso do Estado, perante a força da cidade, que ninguém se deixe atropelar pela reinscrição da verdade que o poder não para de impor. Todos os pormenores são importantes e devem ser conservados.
Este livro está estruturado de modo a que cada um possa completá-lo com os seus próprios conhecimentos ou que possa elaborar novas interrogações. Está em aberto e está nas vossas mãos.
Uma última palavra de agradecimento a todos quantos acreditaram em mim e permitiram que me abalançasse neste projeto:
José Nunes, o homem que deu corpo e alma aos momentos cruciais da Reforma Agrária, António Mendes e António Fialho, todos da comissão liquidatária da cooperativa;
E Manuel Baião e Francisco Baião, meus amigos de longa data que contribuíram abnegadamente para a elaboração deste livro.
A todos vós o meu sincero agradecimento
Boa tarde...sou Técnico de Museografia e Gestão do Património aqui no Litoral Alentejano...Gostaria de receber 1 exemplar do livro "A Reforma Agrária em S. Manços - A UCP Unidade dos Trabalhadores Agrícolas de S. Manços". Deixo o meu endereço se fôr possível atender o meu pedido,,,um livro concerteza muito interessante...
ResponderEliminarSandro Gonçalves
Bairro Pôr do Sol,nº186
7500-190 V.N. Santo André
Com os melhores cumprimentos
Sandro Gonçalves